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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Onde

Às vezes espera o melhor...
mas só espera... esperar como um ato de vontade em potencial altíssimo, mas com o medo a açoitar o bater da grande envergadura que é saltar dentro grande nada, que é o que não se conhece e, de repente, explode e às vezes fica até comum demais...

Mas o medo, astutado, põe regras de contas e divisões até...
tudo pra que pareça que a lógica guia-se junto com a decisão sem arrojo e sem vida.

E, a noite, enquanto corre o rio, o sonho inunda a fraqueza e redime o erro enquanto reverbera a lágrima nos devaneios felizes...
e quando acorda, de novo, ainda há a lacuna.

Há de se temer o medo, isso sim.

terça-feira, 1 de março de 2011

Só, no meio de todos

Ficar consigo mesmo, por muito tempo, mesmo em meio à multidão, pode ser bem produtivo:
faz entender a tolerância sobre o joio (aqueles que assim foram semeados, ou seja, em realidade, não tem essência nenhuma) e orienta para um melhor cultivo.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Perfeição

Essência é uma coisa difícil.
Perfeição, da maneira como se coloca normalmente, nem digam nada:

Como tudo, ela se constrói,
quando olha-se apenas para o todo e esquece-se das pequenas asperezas .
Perfeição é um todo de imperfeições bem disposto com pequenas belezas.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Para que tanta correção... há de se dizer e pronto, oras.

Num ato de sinceridade extrema, a moda da loucura dionisíaca de Nietzsche, bato meus cotovelos nas teclas do piano e declaro que partiu da realidade dos meus versos e se tornou alçada a categoria de beleza platônica, a que nunca deixou de ser platônica... (num contexto platônico... a ressoar como pastelônica história recursivo-tautológica.)


Novamente, ressabiada, a old idea me percorre a espinha, até atingir meus olhos, até o momento em que ela, ali, se mutava em desculpas.
É como se nunca houvesse havido as tais das New Ideas... Cada fim desse é como o ressoar dos trompetes ao fim da sinfonia, avisando a massa imberbe que é hora de aplaudir.
A poesia atravessava meus olhos como num filme de morte, a beira de túneis com luz no fundo... mas, tolos, não há luz alguma...
A vida é o próprio túnel escuro.

Há ainda a vontade, como o pilantra do Tchaikovsky resolveu uma vez, de não dar o gostinho de gritar "bravo" depois de pronunciar a palavra "escuro"... pois então, por que haveria de dar esse gosto? Além do que, há de se cuidar sobre o que dirão por aí: olha, aquela obra foi... óbvia? Tan-tan aqui, tun-tch-tan lá (a maneira dos pseudo-ouvintes... nem sabem o nome do que lhes tocam)...

Pois sim: após a torrente de sinceridade, que foi acompanhada por uma cascata de palavras, e dedos trêmulos... o furor do melindre tomava meus olhos... e corroía tudo... e pingava fora... e atropelava as palavras...

Me perdi até das palavras...
ah..
estou a ponto de...
Me verter...
Como um precipício dentro de mim mesmo...
Infinitamente...
Como, naquele mito...

De Sísifo empurrando a pedra..
Ele empurrava ele até o alto...

E via ela cair...
E de novo, lá embaixo...
Empurrava de novo...
E via ela cair...
E sempre...
Há quem diga que ele via ela cair até com prazer...
Diabo de existencialistas...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Utilidades

Para que serviriam as palavras senão para nos tornar melhores e mais felizes?
Para que serviria meu peito se não coubessem todas as estrofes que seus olhos delineiam nas minhas noites mal dormidas?

Para que serviria a vida, se ela fosse fadada a um passeio arenoso sem teus passos a encher de vida cada grão que eu pisasse?

Para nada.

Enfim, teria utilidade o sol por-se, meus olhos te procurarem, minha ânsia me matar por não te ver, se você, em realidade, fosse somente você mesma?

Jamais.

domingo, 28 de novembro de 2010

Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma…
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar extático da aurora.

Vinícius de Moraes

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Bússola

Nem ele mesmo creu.


Mas foi lá, e acompanhou-a por apenas dez minutos, até sua casa, mesmo tendo viajado duas horas somente para isso, desnorteadamente:
- Vc é doidooooo! - exclamou ela.

Um coração selvagem bateu mais forte.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Go!

Os vermelhos deslocavam-se no mais profundo breu dos corações azuis. Estes não tinham nem idéia do que estava acontecendo e foram surpreendidos com um ataque em cheio.

Se age-se como um vermelho, fica clara a famosa frase:
"Veni, vidi, vici"

A pior coisa é a estratégia em aberto.

domingo, 11 de julho de 2010

Se a vida é uma folha, o amor é uma pluma

Ofegante, tu correste, criança (pois é assim como se vêem os atos imberbes) por que tinhas medo que o fim da correnteza chegasse, que depois se concretizasse o maior dos pesos dos seres viventes, que o teu segundo coração sangrasse nas mãos erradas, que teu segundo coração achasse a falta de cores cinzeza de espírito, que... a poesia se confirmasse seca e fria...

Vieste transpirando e, sem querer (por que ninguém quer isso!), sopraste a pluma! Com tanto cuidado que carregaste e a pluma, que tu decoravas... voou!

E agora, vestes a fronte baixa, e se te ilumina, é da luz fraca da esperança já opaca, por tanto tempo intermitente a funcionar!...

Acorda-te!

Pois você não é mais o infante tal qual se imagina!

Acorda dessa letargia e considera que ainda não lhe chegou o maior dos pesos! Se agora dói seu peito, esteja feliz, por que as mais altas torres da felicidade erigem-se triunfantes sobre a chaga passada!


sábado, 3 de julho de 2010

O barquinho

Era um barco pequeno.

Atravessava mares asiáticos e também, às vezes, alguns rios de águas mornas e leitos decorados com pequenas flores, como que parecendo pintadas após longos anos de trabalho árduo de algum artesão. Apesar disso, este barco vivia por si; nem lhe importavam os mares e os rios, em realidade, mesmo que sua finalidade objetiva fosse, simplesmente, de percorrer estes mesmos mares e rios...

Talvez, atracar à beira de um cais escuro e frio, sendo recolorido pela mescla da luz da lua e d'uma lamparina saudosa para ser retratado por algum pintor ainda lhe trouxesse algum brilho, mas ainda assim, o barco era por si só...

E nem que fosse inventada alguma teleologia para barcos: a não ser que assumissemos que sua finalidade era ser, no máximo que o hermetismo e a abstração permitissem, o protagonista não passaria de um amontoado de tábuas, metais e vidros.

É claro que, há de se convir, se não há portos almejados, basicamente se dirá que não portos para ir, mas apenas a necessidade de navegar.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A semente voou (haverá vento que me sopre para ela?)...

Na sacada da janela, podia-se observar as crianças rolando no chão e gritando, como se quisessem perfurar o mistério do futuro que lhes era reservado... em realidade, é claro que não era isso. 

O que se ouvia era o ressonar da tristeza emanada do corpo de um jovem cansado de tanta realidade... ou talvez, o cansaço de não entender, de a todo momento tentar ter em suas mãos a semente de um amor, um grão pequeno e frágil, difícil de ver, de sentir o cheiro... tão minúsculo que a existência deste se colocava a prova em cada momento que se tentava senti-lo. Que ele cresceria e se espalharia pelo corpo, pelas mãos, pelos olhos e atravessaria o sorriso depois de grande, isso era verdade... mas enquanto crescia, era sempre pequeno, pequeno demais para que alguma força fosse suficiente para lhe pegarmos na mão e não quebrarmos...

Apesar de que, às vezes, enquanto ele cresce, há de se tomar cuidado com o menor vento... não se deve correr com ela em mãos!... a sua leveza inicial facilmente transladaria qualquer tipo de enraizamento... por que cada amor tem seu tempo para se entranhar na terra...

E, depois que ela voa, não há muito mais o que fazer... a não ser procurar outra semente.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Insensível

Soslaiava o tempo todo: teus olhos, mesmo de frente para as pessoas, miravam vultos que apenas faziam pequenos riscos de grãos de areia em uma reluzente alma de titânio. Vultos tais que, não fosse o esforço delas mesmas para tentar ali configurar como existente sua própria humanidade, nunca se tornaria razoável a idéia de que haveria em fronte ao nosso herói mais do que um andróide arrogante simplesmente.

Quando não houvesse isso, os vultos seriam um interessante meio de crescimento dele mesmo e de fora dele... e uma vez findada a busca, seria tomada uma caixa, com várias divisórias e lá seria posta (cuidadosamente) e depois seria a caixa colocada numa estante, de infinitas prateleiras... (e há de se falar baixinho isso!)

Mas nunca humanos, isso não.


À parte disso, inventou-se (e o que não é inventado!?) de dizer que algo surgiu e mudou muito dentro dele.