Às vezes espera o melhor...
mas só espera... esperar como um ato de vontade em potencial altíssimo, mas com o medo a açoitar o bater da grande envergadura que é saltar dentro grande nada, que é o que não se conhece e, de repente, explode e às vezes fica até comum demais...
Mas o medo, astutado, põe regras de contas e divisões até...
tudo pra que pareça que a lógica guia-se junto com a decisão sem arrojo e sem vida.
E, a noite, enquanto corre o rio, o sonho inunda a fraqueza e redime o erro enquanto reverbera a lágrima nos devaneios felizes...
e quando acorda, de novo, ainda há a lacuna.
Há de se temer o medo, isso sim.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Onde
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Alberto K.
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02:09
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terça-feira, 1 de março de 2011
Só, no meio de todos
Ficar consigo mesmo, por muito tempo, mesmo em meio à multidão, pode ser bem produtivo:
faz entender a tolerância sobre o joio (aqueles que assim foram semeados, ou seja, em realidade, não tem essência nenhuma) e orienta para um melhor cultivo.
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Alberto K.
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18:32
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Marcadores: amor, desilusões, pessoas, texto-minuto
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Perfeição
Essência é uma coisa difícil.
Perfeição, da maneira como se coloca normalmente, nem digam nada:
Como tudo, ela se constrói,
quando olha-se apenas para o todo e esquece-se das pequenas asperezas .
Perfeição é um todo de imperfeições bem disposto com pequenas belezas.
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Alberto K.
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17:12
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Marcadores: amor, sub-otimismo pragmático
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Para que tanta correção... há de se dizer e pronto, oras.
Num ato de sinceridade extrema, a moda da loucura dionisíaca de Nietzsche, bato meus cotovelos nas teclas do piano e declaro que partiu da realidade dos meus versos e se tornou alçada a categoria de beleza platônica, a que nunca deixou de ser platônica... (num contexto platônico... a ressoar como pastelônica história recursivo-tautológica.)
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Alberto K.
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22:19
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sábado, 11 de dezembro de 2010
Utilidades
Para que serviriam as palavras senão para nos tornar melhores e mais felizes?
Para que serviria meu peito se não coubessem todas as estrofes que seus olhos delineiam nas minhas noites mal dormidas?
Para que serviria a vida, se ela fosse fadada a um passeio arenoso sem teus passos a encher de vida cada grão que eu pisasse?
Para nada.
Enfim, teria utilidade o sol por-se, meus olhos te procurarem, minha ânsia me matar por não te ver, se você, em realidade, fosse somente você mesma?
Jamais.
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Alberto K.
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02:05
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Marcadores: amor, texto-minuto
domingo, 28 de novembro de 2010
Ternura
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma…
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar extático da aurora.
Vinícius de Moraes
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Alberto K.
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20:27
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terça-feira, 16 de novembro de 2010
Bússola
Nem ele mesmo creu.
Mas foi lá, e acompanhou-a por apenas dez minutos, até sua casa, mesmo tendo viajado duas horas somente para isso, desnorteadamente:
- Vc é doidooooo! - exclamou ela.
Um coração selvagem bateu mais forte.
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Alberto K.
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23:45
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Marcadores: amor, texto-minuto
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Go!
Os vermelhos deslocavam-se no mais profundo breu dos corações azuis. Estes não tinham nem idéia do que estava acontecendo e foram surpreendidos com um ataque em cheio.
Se age-se como um vermelho, fica clara a famosa frase:
"Veni, vidi, vici"
A pior coisa é a estratégia em aberto.
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Alberto K.
, escrito em
11:17
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Marcadores: amor, texto-minuto
domingo, 11 de julho de 2010
Se a vida é uma folha, o amor é uma pluma
Ofegante, tu correste, criança (pois é assim como se vêem os atos imberbes) por que tinhas medo que o fim da correnteza chegasse, que depois se concretizasse o maior dos pesos dos seres viventes, que o teu segundo coração sangrasse nas mãos erradas, que teu segundo coração achasse a falta de cores cinzeza de espírito, que... a poesia se confirmasse seca e fria...
Vieste transpirando e, sem querer (por que ninguém quer isso!), sopraste a pluma! Com tanto cuidado que carregaste e a pluma, que tu decoravas... voou!
E agora, vestes a fronte baixa, e se te ilumina, é da luz fraca da esperança já opaca, por tanto tempo intermitente a funcionar!...
Acorda-te!
Pois você não é mais o infante tal qual se imagina!
Acorda dessa letargia e considera que ainda não lhe chegou o maior dos pesos! Se agora dói seu peito, esteja feliz, por que as mais altas torres da felicidade erigem-se triunfantes sobre a chaga passada!
sábado, 3 de julho de 2010
O barquinho
Era um barco pequeno.
Atravessava mares asiáticos e também, às vezes, alguns rios de águas mornas e leitos decorados com pequenas flores, como que parecendo pintadas após longos anos de trabalho árduo de algum artesão. Apesar disso, este barco vivia por si; nem lhe importavam os mares e os rios, em realidade, mesmo que sua finalidade objetiva fosse, simplesmente, de percorrer estes mesmos mares e rios...
Talvez, atracar à beira de um cais escuro e frio, sendo recolorido pela mescla da luz da lua e d'uma lamparina saudosa para ser retratado por algum pintor ainda lhe trouxesse algum brilho, mas ainda assim, o barco era por si só...
E nem que fosse inventada alguma teleologia para barcos: a não ser que assumissemos que sua finalidade era ser, no máximo que o hermetismo e a abstração permitissem, o protagonista não passaria de um amontoado de tábuas, metais e vidros.
É claro que, há de se convir, se não há portos almejados, basicamente se dirá que não portos para ir, mas apenas a necessidade de navegar.
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Alberto K.
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02:48
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sexta-feira, 4 de junho de 2010
A semente voou (haverá vento que me sopre para ela?)...
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Insensível
Mas nunca humanos, isso não.
À parte disso, inventou-se (e o que não é inventado!?) de dizer que algo surgiu e mudou muito dentro dele.
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Alberto K.
, escrito em
22:01
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Marcadores: amor, angústia, espelho, serenidade