Os seus olhos mareavam.
Era a segunda vez que fazia isso, depois de seus olhos correrem incessantes, ansiosos, aquelas letras rápidas, brilhantes e negras, anunciando o retorno dela... disse ele que não havia chorado muitas vezes na vida...
mas, ela, ela sempre conseguia, mesmo que não que quisesse (e nunca o quis, por que lhe importava era fazer brotar sorrisos)...
mas os olhos mareavam
o coração se abria
o sorriso expandia
a taquicardia florescia sobre teus dedos, ansiando dizer algo...
Um dia, deixou-a ir pelo rio, por que se ressentiu de algo que não houve. E, nas manhãs tristes em que a solidão, incompetentemente, caminhava ao seu lado ou almoçava com ele, montava sempre um álbum mental, com recortes de realidade... o álcool gel, as flores da faculdade, um encontro inesperado na fila do restaurante universitário, uma mensagem, uma ligação...
...mas agora, o peso no peito se extinguiu.
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Há 6 anos