Foto: sxc.hu

terça-feira, 12 de abril de 2011

Julgamento parcial

Num suposto monólogo nas obscuras eras da transição das velhas para as novas idéias:
- Elas falecem... sempre...
- Que é que se há de fazer?
- Não sei. Mas é culpa da sutileza das suas existências..
- Mentira. É culpa sua: se não há de ser como quer, as sentencia com seus motivos.
- Mas não é assim que deve ocorrer depois da dor rotineira?
- ...
- Aliás, e o pragmatismo?
- Como?
- Esse negócio de rotineiro... se esquece de que o mundo é o que vemos?
- Hum...
- Ou seja, você está deixando o pragmatismo de lado... rotina? Quem a estabelece é você!
- É, sei que estava só querendo fugir mesmo.

- Pois é. Bom, elas morrem, mas não é culpa de sutileza nenhuma. Você as sentencia. Não se esqueça disso.
- Sim... penso talvez que eu não me importe mesmo que elas faleçam... ainda haverá de vir aquela pela qual eu pense duas vezes antes da sentença?
- Sendo lógico, não há motivo. Mas à parte de tudo, resta a esperança... Quando a lógica e a imaginação não suprem, resta a pequena esperança que sempre está a flutuar nos corações oprimidos...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Estar-se só

Por que acostumou-se assim.
À beira da sombra ou mesmo ao sol, era criança de brincar só com os próprios primos e irmã.
Nunca jogou bola na escola; aliás, se fosse, era a sina de ser último.

Quando viu-se com alguém, foi só uma vez a dar gostos de recalque freudiano.
E agora, em vez de lutar, convenceu-se piamente... a dor é pior que cachaça, por que nunca passa.

Diz que não está triste...
ver quem gosta, aparentemente feliz em outro amplexo foi consequência lógica basicamente.
Se o mundo é o que se vê, e vê-se só e sem sol, que vontade há para superar isso? Convencer-se se torna bom meio de entender tudo.

Ah... vá tudo para o diabo.