" ...mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada." - Mateus 12:31
"O que é imperdoável?", ressoava como eco frente ao erro último teu. Enviava a carta esperando que os pequenos e belos olhos seguissem as flores que permearam seus últimos sorrisos.
"Há algo imperdoável?", retomava, enquanto a carta, ao cair, soava com um tom seco, reafirmando que a resposta não viria tão cedo e nem só com aquele ato de pretensa humildade, que faltou no que antecedeu a falha.
"O ódio e a intolerância violenta, a repressão, a ditadura... os homens mortos... quem lhes dará o perdão que os generais devem?", afirmava, enquanto lia a juventude fotografada em mártires, emolduradas em vontades de liberdade de ser; emolduradas no idealismo que acreditavam.
...mas, a raiva, o ódio ou a suposta justiça que haveria se não perdoássemos, realmente existiria, só porque não cederíamos o perdão? A não ser que se acredite que a maldade realmente domina as intenções de quem a praticou, ao invés de considerar-se que todos, sem exceção são frutos do entrelaçamento da mentalidade dominante de época com sua própria experiência de vida, não fará bater o coração dos que se foram, mas somente dos que ficaram numa taquicardia raivosa...
Querer a justiça na forma de não-anistia só faz surgir, no fluxo das águas, pequenos redemoinhos, que logo morrem, como todos dentro do próprio rio...
...e alimenta o ciclo, de ódio.
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Há 6 anos