Foto: sxc.hu

domingo, 25 de abril de 2010

Irreal, surreal, transreal

Não se ocupe de correr atrás da realidade, pois é como correr atrás de fantasmas.

É claro que talvez surja então a vontade dizer que há é só alienação de filhotes de burgueses preocupados com a rotação das coisas em torno de si... mas e o que os não-filhos de burgueses diriam sobre a realidade? Que não seria menos que realidade a real dor de não ser considerado digno a ponto de não ter o que comer? Que seria não menos que real a realidade de trabalhar duro para ganhar pouco?

...sentimentalmente belo, mas objetivamente inócuo.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sobre o silêncio

Abrem a boca para alardear os velhos clichetes, que julgam ser bonitos ou conter algum segredo do universo. 

Em si, são hermetismos ocos, como uma bola de ouro, de camada muito fina. A distância, reluz, ofusca, supreende e atrai. 

Os olhos menos míopes e mais rapinosos estralhaçam tais esferas brilhantes com garras racionalmente menos frágeis.
Mas antes de se lançarem, sozinhas, no penhasco, há o silêncio e a observação, sempre.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Desilusões: III - da pretensão sobre o ato

Achando que era o suficiente para ser considerado voluntário apenas fingi-lo (desculpe Pessoa, mas aqui não dá!), não conseguia fazer mais do que ser um voluntarioso, enxertando seu oco atitudinal com receitas de bolo sobre a existência.

Que fique claro: as instituições são formadas de pessoas.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Desilusões: II - Da etnia

Nem japoneses, ingleses, brasileiros ou africanos.
Humanos, quando valem a pena, estão acima da bobajada patriótica.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Insensível

Soslaiava o tempo todo: teus olhos, mesmo de frente para as pessoas, miravam vultos que apenas faziam pequenos riscos de grãos de areia em uma reluzente alma de titânio. Vultos tais que, não fosse o esforço delas mesmas para tentar ali configurar como existente sua própria humanidade, nunca se tornaria razoável a idéia de que haveria em fronte ao nosso herói mais do que um andróide arrogante simplesmente.

Quando não houvesse isso, os vultos seriam um interessante meio de crescimento dele mesmo e de fora dele... e uma vez findada a busca, seria tomada uma caixa, com várias divisórias e lá seria posta (cuidadosamente) e depois seria a caixa colocada numa estante, de infinitas prateleiras... (e há de se falar baixinho isso!)

Mas nunca humanos, isso não.


À parte disso, inventou-se (e o que não é inventado!?) de dizer que algo surgiu e mudou muito dentro dele.