Foto: sxc.hu

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A semente voou (haverá vento que me sopre para ela?)...

Na sacada da janela, podia-se observar as crianças rolando no chão e gritando, como se quisessem perfurar o mistério do futuro que lhes era reservado... em realidade, é claro que não era isso. 

O que se ouvia era o ressonar da tristeza emanada do corpo de um jovem cansado de tanta realidade... ou talvez, o cansaço de não entender, de a todo momento tentar ter em suas mãos a semente de um amor, um grão pequeno e frágil, difícil de ver, de sentir o cheiro... tão minúsculo que a existência deste se colocava a prova em cada momento que se tentava senti-lo. Que ele cresceria e se espalharia pelo corpo, pelas mãos, pelos olhos e atravessaria o sorriso depois de grande, isso era verdade... mas enquanto crescia, era sempre pequeno, pequeno demais para que alguma força fosse suficiente para lhe pegarmos na mão e não quebrarmos...

Apesar de que, às vezes, enquanto ele cresce, há de se tomar cuidado com o menor vento... não se deve correr com ela em mãos!... a sua leveza inicial facilmente transladaria qualquer tipo de enraizamento... por que cada amor tem seu tempo para se entranhar na terra...

E, depois que ela voa, não há muito mais o que fazer... a não ser procurar outra semente.

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