E por ele não falar com ela, foi que ela quis falar com ele...
E por ele não dar atenção a ela, ela quis que ele lhe desse atenção...
...junto com algum mistério inerente aos corações sujos.
E assim vai o mundo, na busca dos inacessíveis.
Vive-se de dificuldades, na medida da capacidade de fluidez da potência dentro de nós.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Dificuldades
Por
Alberto K.
, escrito em
23:54
0
comentários
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Poente
Brilhava num resplandecer dourado e alto.
Trajava sonoridades que os olhos degustavam lentamente, como os aromas de fino trato táctil, desejosos de tornarem-se lembranças futuras ao som da meia-noite, enquanto no estar mergulhado na solidão necessária.
Num longo ósculo oblíquo, ostentava as serenatas suaves que emanavam vontade delicada de existência, que nunca se creu realmente. Mas ali, agora, era.
Afrodite possível, se quisesse, teria um coração inocente entrecortado nos seus dedos.
Ele sonha e luta para que os dois sóis se ponham sobre os dois oestes.
Por
Alberto K.
, escrito em
01:41
2
comentários
sábado, 10 de setembro de 2011
Sequóias
Digam a ela que amou-a um pouco.
Por que amor não é aquilo que vem do nada e fica... amor é como tudo na vida, que é construído.
É aquilo que tem tons de mãos quentes nos dias frios de inverno.
Que tem gosto de azul numa tarde cinzenta de olhar cúmplice, pela culpa sobre o ato de insistir na vida.
Que se entrelaça entre os dedos e parece não querer desatar sem fazer força.
Que floresce sobre uma boa conversa numa tarde morna.
Que um e o outro decalcam sobre as tristezas e dúvidas.
Muito mais que qualquer paixão.
Agora é noite e logo mais clareia de novo.
Por
Alberto K.
, escrito em
07:55
0
comentários
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Onde
Às vezes espera o melhor...
mas só espera... esperar como um ato de vontade em potencial altíssimo, mas com o medo a açoitar o bater da grande envergadura que é saltar dentro grande nada, que é o que não se conhece e, de repente, explode e às vezes fica até comum demais...
Mas o medo, astutado, põe regras de contas e divisões até...
tudo pra que pareça que a lógica guia-se junto com a decisão sem arrojo e sem vida.
E, a noite, enquanto corre o rio, o sonho inunda a fraqueza e redime o erro enquanto reverbera a lágrima nos devaneios felizes...
e quando acorda, de novo, ainda há a lacuna.
Há de se temer o medo, isso sim.
Por
Alberto K.
, escrito em
02:09
0
comentários
terça-feira, 21 de junho de 2011
Concisões - I
A independência é ilusão fútil;
a solidão é realidade amarga.
Por
Alberto K.
, escrito em
22:58
3
comentários
Marcadores: angústia
terça-feira, 31 de maio de 2011
Escape
A mãe, passeando com o filho, em meio a sua vida feliz, dava risada dos trejeitos do mendigo estirado no chão, tocando sua harmônica. Todos que passavam, riam do mesmo modo. Riam, porém, sem entender a piada.
O homem pobre (e que ainda se tenha consciência suficiente para não se permitir inverter a expressão sem perceber prejuízo poético) ali estirado, foi um dia um desses sorridentes.
Por que, um dia, veio à tona sobre como vendia sua vida, seus últimos minutos.
Largou tudo e foi viver como um asceta urbano.
Ele cumpria seu papel de jogar na cara dos transeuntes que havia algo de errado em tudo aquilo.
Ele sabia que seu grito era mais pronunciado sob trapos e mau-cheiro e sobre sua própria dignidade.
Não que fosse livre, por que, em realidade, nunca se está.
Mas era livre à sua maneira, e não à dos outros.
Por
Alberto K.
, escrito em
10:01
1 comentários
Marcadores: Nas bordas da moral
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Sobre a morte
Brota do futuro inevitável do pequeno ramo esverdeado, os difamados sem vida.
Refestelam-se sobre a carne inerte que correu como cão amado, os últimos operários.
Prolifera-se sobre a vívida primeira dor, o esquecimento maduro.
De todos nós, que um dia viemos como verbo de felicidade, e partiremos como substantivo pesaroso.
Lembrai: se corre sangue na sua veia pulsante, é porque um dia irás morrer!
Por
Alberto K.
, escrito em
23:45
0
comentários
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Liberdade
Cantava toda manhã, tarde e noite.
Mas para todo lado que ele olhava, a sentença era metálica e fria.
Vivendo.
Por descuido, escapou
e perdido entre o cinza e o verde,
morreu de fome, frio e alegria.
Viveu.
Por
Alberto K.
, escrito em
09:31
0
comentários
Marcadores: filosofia
terça-feira, 12 de abril de 2011
Julgamento parcial
Num suposto monólogo nas obscuras eras da transição das velhas para as novas idéias:
- Elas falecem... sempre...
- Que é que se há de fazer?
- Não sei. Mas é culpa da sutileza das suas existências..
- Mentira. É culpa sua: se não há de ser como quer, as sentencia com seus motivos.
- Mas não é assim que deve ocorrer depois da dor rotineira?
- ...
- Aliás, e o pragmatismo?
- Como?
- Esse negócio de rotineiro... se esquece de que o mundo é o que vemos?
- Hum...
- Ou seja, você está deixando o pragmatismo de lado... rotina? Quem a estabelece é você!
- É, sei que estava só querendo fugir mesmo.
- Pois é. Bom, elas morrem, mas não é culpa de sutileza nenhuma. Você as sentencia. Não se esqueça disso.
- Sim... penso talvez que eu não me importe mesmo que elas faleçam... ainda haverá de vir aquela pela qual eu pense duas vezes antes da sentença?
- Sendo lógico, não há motivo. Mas à parte de tudo, resta a esperança... Quando a lógica e a imaginação não suprem, resta a pequena esperança que sempre está a flutuar nos corações oprimidos...
Por
Alberto K.
, escrito em
01:20
0
comentários
Marcadores: espelho, texto-minuto, tristeza
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Estar-se só
Por que acostumou-se assim.
À beira da sombra ou mesmo ao sol, era criança de brincar só com os próprios primos e irmã.
Nunca jogou bola na escola; aliás, se fosse, era a sina de ser último.
Quando viu-se com alguém, foi só uma vez a dar gostos de recalque freudiano.
E agora, em vez de lutar, convenceu-se piamente... a dor é pior que cachaça, por que nunca passa.
Diz que não está triste...
ver quem gosta, aparentemente feliz em outro amplexo foi consequência lógica basicamente.
Se o mundo é o que se vê, e vê-se só e sem sol, que vontade há para superar isso? Convencer-se se torna bom meio de entender tudo.
Ah... vá tudo para o diabo.
Por
Alberto K.
, escrito em
11:37
2
comentários
Marcadores: espelho, texto-minuto
segunda-feira, 28 de março de 2011
Convergência
O quão longe a vista alcança no horizonte
é como o mundo é.
E há certos caminhos
se tornar somente mais uma escolha.
Por
Alberto K.
, escrito em
12:00
0
comentários
domingo, 20 de março de 2011
Areia
Por
Alberto K.
, escrito em
17:32
0
comentários
quinta-feira, 10 de março de 2011
Reloading
Às vezes, enquanto se está perdido no meio de um nada contaminante, há como inexplicáveis forças potentes que arrastam para pequenos pontos de luz, pontos estes que queremos tomar nos braços e declarar sua infinitude nos peitos desesperançados.
Por
Alberto K.
, escrito em
13:00
0
comentários
Marcadores: alegria, texto-minuto
terça-feira, 1 de março de 2011
Só, no meio de todos
Ficar consigo mesmo, por muito tempo, mesmo em meio à multidão, pode ser bem produtivo:
faz entender a tolerância sobre o joio (aqueles que assim foram semeados, ou seja, em realidade, não tem essência nenhuma) e orienta para um melhor cultivo.
Por
Alberto K.
, escrito em
18:32
2
comentários
Marcadores: amor, desilusões, pessoas, texto-minuto
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Maldade
Acima dos fetiches da mídia (da perpetração dos belos corpos e também da ilusão que ela cria),
a maldade reside mesmo nos rostos mais lindos:
Mau-cheiro e feiúra não cabem nos seus mundos, independente das relevâncias existentes.
Isso faz lembrar da solidão inerente...
Por
Alberto K.
, escrito em
10:22
0
comentários
Marcadores: desilusões, pessoas
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Diferenças - I
Sutilmente, brandem uma bandeira em que estão cravadas a vontade e a necessidade, quase que fundidas; aos pés da bandeira, argumentos falidos pela solidão desesperada dos homens, que, delacroixamente, custeiam a morte do espírito verdadeiro do valor dos erros como pai do aprendizado...
Por
Alberto K.
, escrito em
03:51
0
comentários
Marcadores: filosofia, texto-minuto
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Solidão
Numa pretensão desmesurada,
digo que se há algum entendimento sincero sobre alguma coisa,
ainda assim, é o pouco feito na irmandade dos poucos.
Mas mesmo desse modo, é impossível não se sentir só:
então resta a maneira de construir castelos com pedras disformes
e povoá-lo de espíritos perfeitos.
Por
Alberto K.
, escrito em
16:21
0
comentários
Marcadores: perfeição
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Perfeição
Essência é uma coisa difícil.
Perfeição, da maneira como se coloca normalmente, nem digam nada:
Como tudo, ela se constrói,
quando olha-se apenas para o todo e esquece-se das pequenas asperezas .
Perfeição é um todo de imperfeições bem disposto com pequenas belezas.
Por
Alberto K.
, escrito em
17:12
0
comentários
Marcadores: amor, sub-otimismo pragmático
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Esperança
Filha de judeus rígidos, estuprada pelo tio:
Calcou-se sobre a correnteza a ser sempre vencida, e decorou o externo com teu sorriso pleno.
Apesar do berço rico, maior riqueza era tua força:
esta era tão grande quanto a aparente impossibilidade da sua existência.
Por
Alberto K.
, escrito em
23:37
0
comentários
Marcadores: pessoas
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Visão
Um não: Um critério é impossível.
Ou seja, no mínimo, dois: Mas que não haja bipolarização bem definida.
Apelemos para o três: por que a média medida é estritamente necessária.
Por
Alberto K.
, escrito em
13:34
0
comentários
Marcadores: filosofia, texto-minuto
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Resolução
As facas que ferem os homens também lhes corta o pão.
Assim como da raiva estúpida pode surgir a reflexão, e da tristeza, o valor daquilo que se tem.
Basta lembrar do valor único da vida e do pragmatismo mínimo.
Por
Alberto K.
, escrito em
22:16
1 comentários
Marcadores: sub-otimismo pragmático
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Implícito
Há no mundo: o amor e a dor.
(Só se dá outros nomes para o amor e a dor por que eles não são tão pequenos para caber em poucas letras.)
Todas as outras coisas são conseqüências ou são elas mesmas:
Se não se tem amor, buscam-se coisas parecidas para ocupar de novo aquele vazio que fica.
Se não se consegue repôr totalmente, a dor logo vem.
Apesar de que, a dor vira amor, se olharmos bem.
Por
Alberto K.
, escrito em
19:06
3
comentários
Marcadores: poesia, serenidade, texto-minuto