Foto: sxc.hu

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Sobre a morte de um amigo

Curiosas essas coisas que acontecem com a gente: você lê um livro interessante, onde é exposta uma teoria que diz que o homem não transcende seguindo estritamente sua moral, por que não passa de valores criados por ele mesmo. Você concorda. Você matuta um pouco e percebe que, por exemplo, as pessoas que se dizem estritamente sinceras (nunca são... que piada), que odeiam a hipocrisia, então, não transcendem. Assim, você deduz que a sinceridade é algo que pode ser bom, mas estritamente falando é inútil (e não é em sentido pragmático não, é que não vai muito longe, principalmente quando você não sabe de que verdade está falando).

Imagine que você, com essas idéias, possua um colega que acabe pisando nos outros e sendo muito hipócrita com outros colegas seus. Ora, sendo coerente, você diria: eis, eis, eis! A teoria que me apresentaram não é a estrutura inerente à situação que se passa diante dos meus olhos, como uma anedota? Mas vejamos o que acontece realmente: uma ânsia inexplicável invade seu bom-senso e você começa a imaginar que canalha que aquele seu colega é! (Vemos que uma situação simples se converteu em uma ironia brusca e sem piedade.) O mundo que já era instável, sempre mutável, implodiu e pareceu que a descrença tomou conta da lógica instabilidade. A instabilidade era racional mas a crença na estabilidade era irracional.

E antes fosse por amor! Realização profissional é muito menos justificável. Eu não compreendo como pode ser assim. Tramóias, mentiras, calúnias para isso?
A transgressão é dos valores, não das pessoas. E ainda você veria claramente o ser transgressor com um livro de Nietszche na sua mão... você riria, obviamente... será que é isso que acontece então? Talvez eu ria agora e diga: bom, ele ficou assim... quer dizer, eu entendi então o livro? Bom, dizer que não sucumbiu só por que não ficou igual ao que sucumbiu já é querer transcender em cima dos erros dos outros, é como construir um Palace 2...

Conclusão: acho que isso sempre acontece mesmo.

Um comentário:

Rafael disse...

Alberto!
Não sabia que você tinha um blog! Interessante!
Acho que fiquei com inveja e também criei um pseudo-blog:
http://saberparaque.blogspot.com/

Espero que você não se importe se eu colocar o seu blog na lista de links do meu blog (bom, qualquer coisa é só retirar...).

E sobre o texto: é daquele amigo da sua irmã que você se referiu no texto? (ela não acessa o seu blog, certo?).
Enfim, acho que alguns trechos do texto ficaram meio confusos (talvez porque você tenha omitido alguns fatos), mas mesmo assim entendi a essência do seu texto. Bem interessante!

E o seu texto anterior, sobre "os montadores": o texto me lembrou aquele outro texto do Alair sobre o armário da casa dele que caiu. Lembra-se?

Até!