Insólita noite em que fois coroada
rainha de ébano do rubro cetro
a buscar seiva de luzetro
com vigor de erótica balada:
arfei ritmado e febril
entre colunas com prazer sulcadas
como em devaneio primaveril
a soar sonoras cavalgadas,
em belo prado de prazer
que em beleza abunda.
Na tua suspiração profunda,
vi teu rosto esmorecer:
arqueando-se violenta e terna
percorri teus formosos montes
a ter teus olhos como lanterna
com deleite e espanto defrontes.
Que o eterno seja um lapso
livre como albatroz
no qual eu colapso
contra a solidão atroz
por destilar seu riso denso
do meu eu tão propenso
a se embriagar de tristeza
e da dor, da certeza.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
Primavera negra
Por
Alberto K.
, escrito em
10:20
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sexta-feira, 11 de novembro de 2016
Raiva como transcendência
Odeia. Odiava. Odiando.
Os tempos verbais esgueiravam-se sob sua carne.
Mas aquilo de alguma forma ia tirando-o de um suposto conforto baseado em impressões pseudo-holísticas, sobre práticas de amor e otimismo axiomáticos.
O amor excessivo ancora a alma.
Por
Alberto K.
, escrito em
13:05
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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
O bondoso
Sempre foi bom e controlado.
Confrontos e perdas? Medo. Não se contrapunha à vida, esperava que ela lhe viesse, como um verso natural de um haiku. Na escola, agredido; na vida amorosa, esquecido; no trabalho, submisso.
Sentia-se mal por isso, mas, era isso que era sua vida, não é mesmo? A menos de um mês de lembrar-se do tempo que tão rápido tudo corrói, pensava sobre a vida, mas, preferia, de repente, ignorar tudo isso. De repente, ignorando, a vida vinha, como nas histórias de borboletas e jardins tão facilmente digeridas por aí.
Por
Alberto K.
, escrito em
15:43
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