Foto: sxc.hu

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Melodia sem som

Azulava-se em conivência com a felicidade misteriosa que o céu emanava.

Talvez, fosse mero espelhamento de uma estranha alegria, que se materializava num sorriso enebriado de um estranho blues, que um sábado despretensioso revelou como uma pedra preciosa há muito tempo procurada. Sentia uma espécie de confissão nas palavras dela, mas não havia segredos. Cumpria-se cumplicidade, em realidade. Era conivente com o crime de querer e não saber o quê.

Olharam-se: de repente, viu-se desprevenido mergulhando em olhos vastos, compondo uma música sutil, compassada com um sorriso enigmático. Belo e difícil.

Não sabia o que dizer. Vinham palavras à boca e, repensando, eram estranhas.

A beleza do momento talvez fosse o mistério inexpressável de um vazio pleno de significado.

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