Foto: sxc.hu

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Fim.

Era como se apagassem as luzes e a última pessoa saísse do auditório... o show, o brilho, a ternura e os movimentos já haviam ficado há tempos num passado que teimava em ser presente... doía-lhe o peito como se tivesse engolido a sua própria estrela, a mais alta do céu... como se suas pontas, que antes tocavam-lhe suave a pele, agora a rasgassem, a cada lembrança, a cada foto, a cada música... tudo agora transmutava em dor através dos seus olhos, ouvidos, mente e peito...

Não que não gostasse mais de estar ali, próximo a luz do sol: adorava... mas agora esse mesmo sol não precisava tanto dele quanto antes... e agora, vinha a noite e seus pesadelos mais terríveis... sozinho na cama,  sentia aquelas palavras sinceras, que soavam como um sino budista, liquefazerem-se em sal vertido num rosto sem graça e ainda maquiado em um dos últimos sorrisos...

Queria entender onde havia errado... pensara em várias causas, mas houve o argumento de que isso aconteceria por causa de um canalha, independente do que se fizesse. Quer dizer, assinou um contrato tácito de felicidade temporária a la Vinícius...

Sua impotência e feiúra agora respondiam por tudo...

Um comentário:

Daniela Yoko Taminato disse...

Às vezes não existem erros... só contextos e escolhas ruins. Não se responsabilize pela escolha ruim dos outros... se optaram por felicidade temporária, lute pelo sonho da felicidade (se não permanente), ao menos frequente e cheirando à leveza das coisas. Essas são as mais difíceis de se perceber.