Ao deparar-se com a morte sempre a espreita sua fúria intensificou-se: massacrava o tempo até que ele se adaptasse ao seu modo de ser. E as pessoas ao seu redor eram também levadas na torrente sempre constante da sua impaciência onde mal conseguiam respirar.
Sentia-se só. Sentia que sua diferença era demais.
Às vezes, nada valia a pena.
No murmúrio do vento à janela, as imagens vinham todas.
E, por isso, inventava histórias sobre a resistência disfarçada de essência...
E usava isso para modificar-se... e modificado, tudo ainda era igual.
Modificado, ainda eram somente as suas palavras e o murmúrio do vento as suas verdades básicas.
Modificado, ainda a alegria deveria sempre ser lembrada.
Modificado, a tristeza ainda eram os chinelos à beira da escada.
O tempo é apenas o campo onde ele massacra o tempo.
Carrasco.
Phenomenal Woman
Há um ano
2 comentários:
O massacrado e o campo são o mesmo sujeito? Então você tá lutando não com o tempo, mas com aquilo que é tudo ao redor: tudo aquilo que não é você (ou de repente, é!)
O tempo desapareceu. Ele só existe na medida que o personagem massacra o próprio tempo para conter a sua fúria desmedida. Quer dizer, ele não vive mais, a não ser para fazer as coisas correrem, como um jogo sem objetivos de um Cronos; só lhe importa que tudo venha naquele momento e depois, talvez, ele jogue fora: algo como um consumismo do tempo...
Algum dia, achou-se que havia mudado, mas não.
Bom, mas isso foi ontem. Talvez esteja-se sendo um pouco estratégico agora. =D
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