Foto: sxc.hu

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Mais do que o necessário

O sapato que está aqui a minha frente, não é o mesmo sapato que está agora, debaixo da minha cama.

À parte de considerações físicas, esses sapatos nunca serão iguais. É quase certo que se considerará que apelos à sua utilidade provavelmente servirão como conclusões primárias acerca do que é um sapato, apesar de, mesmo assim, estarem essas idéias embebidas do forte odor de construções mentais; que o odor é forte decorre desse jeito meio cambaleante de raciocinar.

E se essas afirmações beirando à absurdez (devido, talvez, a desnecessidade disso, dado que saber se há um sapato platônico ou não, nada nos acresce), fossem estendidas à formação dos sujeitos, do universo e idéias mais entranhadas nas nossas mentes, com construção "real" quase um pouco mais que impossível?

Dado que os homens não são sapatos, e, aliás, são mais complexos que estes, por que haveria de existir uma representação abstrata, pré-concebida das construções sociais, que caracterizaria-se como formador de todo o ser humano?

A necessidade, realmente, não cabe...
...me parece.

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