Foto: sxc.hu

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Marionete de barro

Sendo uma pessoa de muitas pretensões, não poderia faltar a característica de criar universos e neles colocar seres com mesmas características que a dos seres humanos, por exemplo, como a incredulidade. Não ocorreu a falta, obviamente, de moldar uma entidade que seria considerada superior e que, de acordo com estes seres, eles deveriam exercer culto, devido ao caráter criativo da mesma. Neste universo criado, foi imaginado também que o Artesão (nome dado pela civilização imaginária, conotando a maneira como os pequenos seres imaginavam o processo de criação e como eles se consideravam perante a sua entidade-mor), num momento de reflexão, criou seres que tinham de média a severa deficiência motora, mental ou sensitiva. Os que presenciavam o suposto sofrimento de tais seres, questionavam-se sobre a existência de infelizes que eram considerados abaixo da imagem do barro primordial, do Artesão. Alguns diziam que a aceitação deles era imprescindível, apesar de tudo, pois eram filhos d'Ele. Outros, na mesma linha de raciocínio, mudando somente a direção, afirmavam que a existência do sofrimento das "vítimas" do afamado ser superior não era menos do que a prova derradeira da inexistência de tal entidade, pois não deveria se esperar que nele houvesse uma resposta melhor do que essa?

Uma risada sutil esculpiu-se num rosto dúbio. Talvez tenha conseguido o que queria.

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