Foto: sxc.hu

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Fenixidade falsa

Ela adorava ele, seu jeito sincero, que ninguém substituíria nunca... mas, às vezes, caminhos que podem afastar as pessoas dos seus semelhantes são, inadvertidamente, escolhidos. E ocorreu que um dia um se perdeu do outro e foram se encontrar somente na dor da morte.

Mas poderosos místicos continham conhecimento suficiente para torná-lo vivo novamente. Tomariam um pedaço dele e refariam o corpo todo. Só que a condição que os místicos lhe impunham era de que ela viveria cada vez menos intensamente sua vida, por que as unicidades destas chances seriam perdidas em cada um desses processos.

E ela, não entendendo completamente o significado da condição, disse que aceitava. Praticamente como assinado o processo, iniciaram os místicos toda gama de alquimias logicizadas. Em alguns dias, milagrosamente, foi como se seu amigo houvesse voltado, sem que nunca houvesse mergulhado para sempre em um mundo de memórias somente. Estranhamente, ela se sentia um tanto confusa em já ter visto aquela cena, mas parecendo ter um sentimento diferente.

Passam-se alguns dias e, como se estivesse presa num ciclo infinito, novamente, escolheu caminhos que lhe tomaram longe de seu amigo (e isso foi mais rápido que antes); dentro do mesmo ciclo também, ele morreu.

Chorando sobre o corpo morto, rogou aos alquimistas lógicos novamente o processo, ao passo que, na mesma medida da secura das condições, seca foi a resposta: foram dadas as condições. Aceitaste-as, não há o que discutir.

E não havia mais nada o que fazer: enquanto caía a noite, como sempre ocorreu, ela re-velava o corpo morto, mas sem revelar-se.

Um comentário:

Daniela Yoko Taminato disse...

final com uma jogada sagaz de hifenização. Bravo! clap clap clap