Foto: sxc.hu

terça-feira, 9 de junho de 2009

Pragmatismo

Os alucinados, em frente à caixa fetichista, se deliciam com todo dramalhão e alegria que ela emana. Deliciam-se com algum tipo de pressuposta superioridade, por causa de alguma escolha banal, por que uma roupa tem uma etiqueta que indica status, por que ele é chauvinista (mesmo cometendo inúmeros atos anti-nacionalistas), por que ele tem o carro que ele sabe que corre a 220 Km/h (mas que ele não pode usar nessa velocidade), por que ele tem 1000 livros em sua estante (e não leu inteiro 100 e nem entendeu 50, sendo que metade dos 50 são livros ruins) ou porque seu corpo lembra o ideal espartano (apesar de sua cabeça estar no outro oposto do ideal ateniense). Eles conhecem a vida de todos os artistas ou esportistas e sonham em casar com um deles (mesmo sabendo que esses artistas não os conhecem e nem fazem questão de conhecer).

Tudo é fetiche: tudo é sonho, a fuga da realidade é mais viável que tomá-la de frente, do ponto de vista da alegria imediata. Por que a alegria tem que ser agora, temos que ser felizes!!! A tristeza só vale a pena se for para vender remédios anti-depressivos, livros de auto-ajuda e entretenimento barato.

"Como? Você não é feliz? Ligue já para este número e...!"

Não!
Silencie essas vozes!
Desligue a TV ou seu rádio e olhe pela janela com seus olhos.

Lá fora, o mundo é bem maior do que este monte de conceitos deformados, que tem como teoremas a sua alienação cíclica e te fazem querer preencher sua vazieza existencial com produtos e comida. Que importa se sua camisa é menos branca que a do vizinho? Será que só se demonstra afeto com presentes?

Pense o que você quiser.
Repense o que querem que você pense.

2 comentários:

Ca disse...

ai quem dera todos lessem seu texto e o seguissem...

Daniela Yoko Taminato disse...

Ah meu amigo, nesse mundo de hoje alguém parar e pensar sobre já é tão difícil... imagine repensarem! Mas a esperança é o que vale! Muito bem colocado quanto a fuga diária da realidade no fetichismo das coisas. Eis o nosso mal contemporâneo. Mas textos como esse nos mostra que nem tudo está perdido! Adorei a reflexão.