Insólita noite em que fois coroada
rainha de ébano do rubro cetro
a buscar seiva de luzetro
com vigor de erótica balada:
arfei ritmado e febril
entre colunas com prazer sulcadas
como em devaneio primaveril
a soar sonoras cavalgadas,
em belo prado de prazer
que em beleza abunda.
Na tua suspiração profunda,
vi teu rosto esmorecer:
arqueando-se violenta e terna
percorri teus formosos montes
a ter teus olhos como lanterna
com deleite e espanto defrontes.
Que o eterno seja um lapso
livre como albatroz
no qual eu colapso
contra a solidão atroz
por destilar seu riso denso
do meu eu tão propenso
a se embriagar de tristeza
e da dor, da certeza.
Script
Há 6 anos